Resultados estimulantes

Uma das coisas que mais me alegra no trabalho em sala, entre tantas outras, é o retorno que temos por parte dos alunos quando ministramos algum conteúdo, e quando o mesmo vem na forma de um trabalho sem que seja solicitado a satisfação é maior ainda. Foi o que aconteceu numa turma do oitavo ano da escola onde trabalho. Após explicar o conteúdo "Independência do Brasil", tive uma grata surpresa quando o aluno Vinícius Barbosa me presenteou com um poema sobre o tema da aula. O sentimento de dever cumprido me incentiva a seguir sempre buscando inovações, pois mesmo em meio às dificuldades que existem acredito que podemos sempre nos aprimorar, a sala de aula é nosso laboratório e os alunos nossas experiências. Compartilho aqui o poema do meu aluno e espero que tanto meus colegas quanto meus alunos sintam-se tão felizes quanto eu quando o li pela primeira vez.

Nossa vitória

Após um grito de guerra

E várias lutas

Podíamos comemorar

A nossa independência estava prestes a chegar

Os brasileiros não paravam de lutar

Para poder nos libertar

Eles esperavam um dia para poder festejar

A nossa vitória que ia chegar

Assim continuamos a guerrear

Para nossa meta alcançar

E o Brasil deixar de ser colônia

A frente de nossa tropa com uma espada na mão

As margens do rio Ipiranga

Gritava D. Pedro:

Independência ou morte!

Com essa tropa

Conseguimos realizar

O sonho de deixar de ser colônia e própria se governar

Conseguimos a independência

E assim já podíamos ser chamados de:

Brasileiros

Então criamos uma bandeira

verde, azul e amarela

E também um hino nacional

O dia da Independência

Foi o dia 7 de setembro

Todo ano nessa mesma data

realiza-se um desfile

Para comemorar

A nossa independência.

Autor: Vinícius Barbosa 8o ano A

Filmes na sala de aula

Sou uma pessoa apaixonada pelo uso de novas linguagens para o ensino. Acredito que a sala de aula é o laboratório de todo o professor, e que não devemos temer realizar as mais variadas experiências pois a educação é um processo de construção do conhecimento.

A utilização de filmes na sala de aula é sempre muito interessante, pois o visual é extremamente atrativo para os alunos. Apresentados em trechos ou na íntegra, com um bom planejamento é sempre possível obter bons resultados.

No primeiro bimestre exibi nas turmas do nono ano o filme Tempos modernos, de Charles Chaplin. O trabalho que se seguiu à exibição foi a realização de um debate que, em alguns pontos, se mostrou produtivo. Mas foi no segundo bimestre, ao trabalhar o tema Primeira Guerra Mundial, através da apresentação do filme Pelotão de Elite, que consegui resultados melhores. O fime conta a história do Capitão Oliver Woodward, que na Frente Ocidental lidera um pelotão secreto de escavadores na tentativa de deter o avanço alemão. Veja o trailer:

Após a exibição distribuí entre os alunos uma ficha de análise do filme, nela, além dos dados técnicos a serem pesquisados, havia um espaço para que eles realizassem uma apreciação crítica da obra, e foi realmente graticante o resultado. Abaixo segue a opinião de três dos meus alunos:

"O filme é legal, é um filme que mergulha na história, além da produção e elenco impecável, mostra como era a vida dos soldados."

Mayanne das Neves Cordeiro - 9o ano B

"Na minha opinião é um filme bom, mas não mostrou diretamente a guerra nas trincheiras. Apenas mostrou a ideia dos australianos para mudar a guerra, e o livro não fala apenas disso. Porém, esse é um dos poucos filmes de guerra que podem ser mostrados em escolas. Por isso meu voto positivo, por representar bem a Primeira Guerra Mundial."

Clodomilson Soares Júnior - 9o ano A

"É um ótimo filme, com ação, um toque de comédia e muito drama. É um filme real, ou melhor, conta uma história real."

Misael Jacó dos Santos Ferreira - 9o ano B

Foi um trabalho muito produtivo e outros estão sendo realizados, em breve compartilharei mais resultados.

Produções dos alunos

Na semana que antecedeu o carnaval, trabalhei com as turmas de nono e oitavo ano uma leitura crítica das músicas Noite dos Mascarados (de Chico Buarque) e Nem Cinco Minutos Guardados (dos Titãs). Nas turmas de nono ano cobrei uma produção textual crítica baseada nos temas levantados durante a análise das músicas, entre os textos produzidos, apresento aqui os dos alunos Clodomilson Soares e Larissa Kátia dos Santos Bezerra.

O carnaval 

Autor: Clodomilson Soares

É uma festa popular de tradições, culturas e diversidades, como a música que vem constantemente representando o carnaval. Tipos de música vem atualmente conquistando os foliões, mas um novo ritmo já está contagiando o carnaval, é a swingueira. Mas não só a música como também os costumes, como o chamado "fica fica", que é um "namoro" temporário sem compromisso.

Antigamente, no carnaval não existia competições entre as escolas de samba, hoje uma das maiores atrações do carnaval, sem falar dos blocos, do frevo etc.

O carnaval era uma festa sem desigualdades, mas hoje já existe essa diferença. Os ricos ficam nas escolas de samba, já os mais pobres ficam acompanhando os blocos etc.

O carnaval nas antigas épocas

Autora: Larissa Kátia dos Santos Bezerra

O carnaval naquelas épocas era muito diferente do que está sendo hoje, pessoas ricas junto aos pobres brincando em um mesmo lugar. Pessoas ficando umas com as outras sem motivo algum, só por diversão. Para isso acontecer não é nem preciso mostrar sua identificação.

O carnaval é uma data que marca muito no Brasil, principalmente em alguns estados. Alguns deles ainda brincam o carnaval como nos antigos tempos.

Hoje em dia o carnaval é comemorado de um jeito um pouco mais diferente. Hoje as pessoas ricas não querem mais brincar junto aos pobres, hoje tem um lugar reservado para quem pode.

Estudar (e ensinar) história é colocar lenha na fogueira!

Quando iniciamos os estudos sobre história, a definição que encontramos para a disciplina é sempre muito parecida na maioria dos livros:

"História é a ciência que estuda as ações dos seres humanos no tempo e no espaço."

Dita simplesmente nestas palavras, a definição pode soar vazia e repetitiva, mas o "tempero" do estudo da história é encontrado quando nos direcionamos ao "para que" estudá-la.

Acredito que a memória e o pensamento crítico são grandes armas para que as pessoas se libertem das grades da ignorância em que tentam nos manter. O conhecimento implica em liberdade, e o conhecimento acerca do passado nos permite refletir sobre o presente, questioná-lo.

O estudo do passado apenas como uma contemplação de acontecimentos é discurso vazio. Por isso, minha principal intenção no ensino de história é ligar o botar lenha na fogueira da curiosidade de cada aluno. Olhar para o passado a partir de questionamentos do presente.

Para começar a ligar esse sinal vermelho em relação aos estudos de história, selecionei dois vídeos no YouTube e espero que a partir deles possam surgir questionamentos, tanto na sala de aula quanto fora dela.

Depois de assistir aos vídeos, reflita sobre questões que seguem:

1) Será que o passado é um elemento morto?

2) E você, tem fome de que?


Encerro por hoje desejando boas reflexões e bons estudos!